quinta-feira, 21 de maio de 2009

Missionarias da Imaculada PIME

Missionárias da Imaculada missão e sensibilidade feminina
É uma congregação feminina exclusivamente missionária, fundada a 8 de dezembro de 1936, na Itália, com o carisma de anunciar o Evangelho a todos os povos..A nova família nasceu do entusiasmo missionário do P.I.M.E., sobretudo de pe. Paulo Manna que, por motivos de saúde, retornou da missão da Birmânia, atual Mianmá, e criou o movimento missionário italiano. O objetivo da nova congregação era o trabalho de promoçõ humana e cristã, principalmente junto às mulheres.
Logo o carisma missionário despertou vocações nos países em que a Congregação se instalava, dando-lhe uma dimensão internacional. Hoje, são mais de 700 irmãs de várias nacionalidades.
As missionárias estão sempre em lugares carentes e abertas e disponíveis a toda forma oportuna de colaboração com outros agentes e organismos que condividem os mesmos ideais.
Atuam no campo da evangelização, da promoção humana e da animação missionária, estimulando o empenho da comunidade eclesial; ajudando o povo de Deus a tomar consciência da dimensão missionária de seu batismo; favorecendo a comunhão e a cooperação entre as Igrejas e promovendo vocações missionárias.
Atualmente, as Missionárias estão presentes nos seguintes países: Itália, Inglaterra, Índia, Bangladesh, Camarões, Guiné-Bissau, Hong Kong, Papua-Nova Guiné e Brasil, nos estados de São Paulo, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Amapá.
Aceitam jovens de 18 a 30 anos que desejam consagrar toda sua vida ao serviço missionário., Para isso oferecem a possibilidade de acompanhamento para discernimento, através de encontros e da convivência nas comunidades.
Um pensamento:
"O ideal é que sejamos menos seguidores de rastros... e mais formadores de caminhos."
Walter Grando

VIDA MISSIONÁRIA, .... UM AMOR PARTILHADO

Inicialmente gostaria de dizer um pouco sobre mim, sou Ir. Regiane Araújo dos Santos, nascida em São Paulo capital, sou a primeira de cinco irmãos, filha de João Lourenço dos Santos e Ana Maria Araújo dos Santos.
Cultivei minha vocação desde criança até meus vinte anos, quando no ano de 2000, conheci a através da Ir. Maria Augusta Zandonadi, as Missionárias da Imaculada, num curso de secretariado que fazíamos juntas. Entrei na Congregação no ano seguinte, e em 2005 fiz a primeira Profissão (Consagração) Religiosa e logo em seguida, fui destinada à missão no Nordeste, na comunidade de Antônio Gonçalves - BA, lá trabalhei com a catequese de crianças, adolescentes e jovens, e também com a Infância Missionária.
Em 2006 fui enviada a comunidade da Vila Missionária - SP, para iniciar o curso de teologia e colaborar com os trabalhos missionários, que as irmãs desenvolvem aqui, no Centro de Formação Ir. Rita Cavenaghi e nos bairros. No primeiro ano fiquei para escutar, ver, me aproximar das pessoas e para conhecer os diversos serviços de evangelização que tem na comunidade. Apesar de ser daqui de São Paulo, a realidade é muito diferente e complexa, cada bairro e cada cidade têm sua particularidade. No inicio senti um apelo para trabalhar com os jovens; pois eles são numerosos. Muitas vezes sentem-se perdidos no meio de tantas belezas, recursos e atrativos, que a cidade grande os oferece. Por outro lado, sentem-se também os inúmeros desafios, os questionamentos e as interpelações que a cidade traz consigo.
Além do trabalho com a juventude, há quase dois anos estou trabalhando com a Pastoral do Menor, da diocese de Santo Amaro. Por enquanto, a pastoral é composta de um grupo de pessoas que acreditam na união, na vontade de realizar o bem, nos pequenos gestos realizados com dedicação e perseverança, que mesmo com os desafios colocam a esperança de vitória no Senhor.
Os desafios são grandes, muitas pessoas quando escutam falar dos menores, logo pensam, em crianças que assaltam, roubam, usam drogas, ficam nas ruas para pedir esmolas, não querem ir à escola ou não querem ficar em casa; porém esquecem que muitos desses menores chegaram a essa situação por que não tiveram uma família que partilhasse o amor, a acolhida, o perdão, a paz, a solidariedade, o diálogo, o serviço, a fé em Deus, a oração, a esperança, os meios adequados de sobrevivência, os direitos sociais, e o planejamento familiar. Além disso, é difícil envolver e articular com o sistema público para obter melhores estruturas sociais, que acolham os menores e auxiliem suas famílias, para que possam harmonizar os relacionamentos familiares e dar melhores condições de vida social para todos.
Confesso que comigo não foi diferente, pois quando escutei sobre o trabalho com os menores logo veio em mente, situações de menores de rua, longe de suas famílias, menores usuários de drogas e de bebidas, e outras coisas mais. Contudo lembrei de uma frase de Jesus que gosto muito “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, é a mim que o fizestes”(Mt 25, 40). Então as palavras de Jesus me motivaram a olhar mais além, “a avançar em águas mais profundas”, a me desinstalar e a assumir um novo jeito de olhar, novo jeito de pensar e até um novo jeito de viver. Fiquei firme e aceitei o convite, e hoje sirvo, mesmo com minha pequenez e fragilidade humana. Sinto que é preciso acreditar, que é possível fazer algo mesmo que seja uma pequena gota no oceano, ela já é significativa, quando somada à outras.
Com o passar do tempo, aos poucos fui entendendo o que é esse trabalho da Pastoral do Menor. Consiste em atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O serviço vai desde uma abordagem à criança em situação de rua, como à criança violentada em seus direitos morais e sociais, à visitas nos abrigos e instituições, acompanhamentos das famílias, formação dos agentes e educadores dos abrigos, oficinas, seminários, debates com a comunidade, participação em Fóruns Municipal e Regional sobre os direitos da criança e do adolescente.
Lembro do primeiro contato com um menor, que mora na rua, Adriano que estava embaixo do viaduto Washigton Luis, numa de nossas visitas, ele ficou parado num canto sem vir ao nosso encontro, sentou-se no chão pegou seu livro começando a foliá-lo. Então, aproximei-me dele, também, me sentei no chão e perguntei a ele do que mais gostava. Ele me disse que gostava de ler, mas não conseguia porque não tinha completado os estudos, devido à sua situação. Terminando a visita tentamos ver algo para aquele jovem, mas não conseguimos encontrá-lo mais. Fiquei triste, senti o fracasso de não poder fazer nada, naquela situação. Mas, algo dentro de mim não queria desistir e novamente encontrei conforto nas palavras do Senhor “Eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância”. Jo 10,10, e ainda “não tenham medo eu estou convosco até o fim”.
Augusto, um menor que tem tudo para dar certo na vida. Ultimamente a Josefa e eu o acompanhamos na sua jornada no CRECA (centro referência da criança e do adolescente), instituição que vem abrigando-o desde os seus dez anos de idade. Na sua infância, esse garoto passou por diversas dificuldades desde a econômica, educacional e familiar. Neste ano ele completará 18 anos e precisa de ser acolhido num lar. Estamos em diálogo com a família, mas são tantos os fatores que influenciam. É preciso analisar com muito cuidado para ambos não sofrerem.
A vida missionária realmente é amor partilhado, com os menores, com as pessoas que Deus vai colocando em nosso caminho, é como dizia a Madre Dones, nossa fundadora “ Se considero a minha pobreza e pequenez sinto-me estremecer, mas Deus é tudo e tudo está nas suas mãos. Se Ele quiser, abrirá o caminho, afastará todas as dificuldades”. Somente a confiança no Senhor ajuda-me a perceber suas maravilhas em minha vida, e a doar sem medo, aqui e em todo lugar, o amor recebido de Deus.
Vemos e escutamos, diariamente, através da Mídia o aumento da violência contra a criança e o adolescente, principalmente violência em seus lares, praticadas por pessoas da família, as quais deveriam ser as primeiras a defender as crianças e o adolescente nos seus direitos. Por isso, vejo um papel fundamental da Pastoral do Menor, na defesa dos direitos da criança e adolescente, no auxilio às suas famílias para que possam defender e valorizar a sua dignidade, o respeito à vida, principalmente para que vivam o amor, a paz, a justiça e a fraternidade entre todos. Como nos é bem lembrado pela campanha da fraternidade deste ano: “A paz é fruto da justiça” . Precisamos nos unir para que se façam vivas as palavras de Jesus e que todos nós possamos viver dignamente como filhos e filhas de Deus.
Agradeço ao Senhor por me amar, me chamar à vida religiosa-missionária e enviar-me em missão. Continuo na minha caminhada, acreditando que é Deus que faz tudo e que tudo está em suas mãos. A missão é de Deus. O amor que somos convidados a partilhar vem dele; por isso alegro-me em dizer mais uma vez: “Eis-me aqui Senhor, envia-me”, aqui no Brasil, na China, na Guiné-Bissau, na Índia,... aonde Tu mesmo deves ir, pois para onde eu for enviada, sei que Tu estás comigo também.
Ir. Regiane Araújo dos Santos, MdI

DO “CALOR SECO” AO “CALOR MOLHADO”, DO SERTÃO ÁRIDO À AMAZÔNIA RICA DE ÁGUAS.

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"O tempo passa ligeiro"... e assim percebo que estou em Manaus há um tempinho.
Deixei a Província Sul e as irmãs com que vivi os meus primeiros 9 anos de Brasil na metade de outubro depois partilhar minha vida missionária com o povo da favela do Jd. Selma e da Vila Missionária, na periferia da metrópole paulista e com o povo do sertão de Antonio Gonçalves, no interior da Bahia...
Acredito que o Senhor tenha para comigo um carinho especial ao oferecer-me uma experiência interprovincial, ou melhor, “bi-provincial”. Sim, porque as duas províncias Norte e Sul se tornam agora parte da minha caminhada com tudo o que de belo e difícil esta experiência carrega consigo. Mas estou muito feliz, pois o que sempre pedi ao meu Senhor é que nunca me deixe acomodar, ou aceitar de alguma maneira a mediocridade em minha vida missionária. E Ele sempre escuta as nossas preces e as atende como acha melhor... com uma imensa criatividade que sinceramente nunca teria imaginado! E assim eis-me aqui: da seca do sertão à abundância das águas dos rios!
Estradas de água, barco no lugar de ônibus, peixe no lugar de carne, assai, bacaba, ingá e cupuaçu no lugar de jabuticaba, imbu e cajá....
Um povo novo com seus novos “sabores” que amo experimentar, pois assim é Deus, sempre novo, capaz de cativar, de inquietar, de provocar, de converter a minha busca dele.
Um “novo” que comecei a saborear chegando dos 7 graus paulistas aos 37 de Manaus, do “calor seco” ao “calor molhado”, do sertão árido à Amazônia rica de águas.
Depois do meu primeiro contato com a comunidade do noviciado na Cidade Nova, onde tive a oportunidade de conhecer as duas jovens noviças, tive a graça de dar uma “voltinha” em Maués. Lindo demais! Cheguei à noite e no dia seguinte de manhã já estava no barco com o padre e o motorista pronta para a viagem de visita às comunidades do interior. Nunca tinha subido num barco fazendo vida comunitária lá dentro com três homens: o padre recém ordenado, o motorista e um jovem da paróquia de Maués, nunca tinha navegado num rio (não sei nadar), nunca tinha dormido em rede, nunca tinha comido piranha, tambaqui, pirarucu... Nunca... Mas, encontrando as comunidades e o seu lindo povo, sempre tive a certeza de que aquela promessa que Deus me fez desde o primeiro dia em que recebi a destinação para o Brasil continua de pé: “Vá para a terra que eu te indicar. Te abençoarei...”. Somente tendo a coragem de partir a bênção de Deus continuará se cumprindo e a sua promessa se realizando. E desde que o Brasil se tornou a minha terra prometida é somente com este povo que eu poderei caminhar ao encontro de Deus. Juntos, então, poderemos contemplar a Sua face, seja ela paulista, sertaneja ou ribeirinha... Aqui, em Manaus, Ele já estava me esperando.
Mas por enquanto não estou navegando nos rios... Já estou morando no Monte das Oliveiras e o primeiro contato com as comunidades da área missionária e da ocupação está me ajudando a compreender quantos desafios a missão urbana esconda. Aqui, com a ir. Eli e as duas jovens postulantes de São Paulo, estou procurando acertar os primeiros passos de uma vida nova, de uma realidade nova, de uma comunidade nova. Mas em tudo isso retorna com força uma palavra de São Paulo que acompanha esses tempos de mudanças: “Agora, acorrentada pelo Espírito, preparo-me para a nova missão, sem saber o que me sucederá. Mas de forma alguma considero minha vida preciosa a mim mesma, contanto que leve a bom termo o ministério que recebi do Senhor: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus” (At. 20,22-24).
Ir. Sonia

Ser Livre

SER LIVRE É...

Encontrar mil razões para viver;
É ter a capacidade de desatar as correias das sandálias e servir o irmão;
É dar sentido à própria liberdade, como precioso dom;
É encontrar saída diante das encruzilhadas da vida;
É pintar de cor de rosa a paisagem da vida, quando tudo parece escuro;
É ser capaz de sonhar depois de uma noite de pesadelo;
É vibrar de alegria com a beleza do amanhecer;
É saber parar para ouvir o canto dos pássaros, o sussurro dos ventos e o rumor das cachoeiras;
É estender a mão aos que pedem auxílio e pão;
É saber desvendar a riqueza de uma grande amizade;
É saber ir ao encontro de alguém e alimentar com ela o desejo de caminhar numa mesma direção, continuando acreditar que...
É ser extremamente forte diante da fraqueza do próximo;
Não se deixar abalar pelos infortúnios da vida;

SER LIVRE É
Amar sem medida, sem exigir nada em troca e nem quer ser amada.

SER LIVRE É...
Viver...
Sonhar...
Sorrir...
Cantar.

SER LIVRE É...
Encontrar liberdade para ser livre.

SER LIVRE É...
Ser o que é de todo ser:
“SER LIVRE”!

Ir. Iraci Silveira